sexta-feira, 16 de julho de 2010

60 ANOS DA DERROTA PARA O URUGUAI NA FINAL DA COPA

O dia era o 16 de julho. O local, o Maracanã, estádio construído especialmente para a disputa da Copa do Mundo. A previsão, uma festa para comemorar o primeiro título do Brasil em um Mundial. A realidade, a maior tragédia já registrada na história do futebol.A derrota para o Uruguai na final da Copa de 50 está gravada para sempre na memória dos brasileiros. Até quem não era vivo na época sabe o que representou aquele jogo.Por causa da Segunda Guerra Mundial, a Copa do Mundo deixou de ser disputada entre 1938 e 1950. Em 1946, um ano depois de a Guerra acabar, a Fifa decidiu realizar a próxima Copa no Brasil, escolhido por querer sediar o evento e por não ter sofrido abalos com a Guerra.Mais do que um campeonato de futebol, a Copa de 1950 foi um marco. O mundo se recuperava do colapso da Guerra. As pessoas procuravam encontrar um caminho após a destruição, e o futebol serviu como prova de que as coisas poderiam voltar ao normal.O Maracanã foi construído especialmente para a realização da Copa. Na abertura, mais de 80 mil pessoas pagaram para ver o Brasil golear o México por 4 a 0, com dois gols de Ademir Menezes, um de Jair Rosa Pinto e outro de Baltazar.Era o começo de uma campanha brilhante no Brasil. Até chegar a Final, a Seleção ainda goleou a Suécia por 7 a 1 e a Espanha por 6x1.A última partida não foi exatamente uma final, já que o regulamento previa um quadrangular decisivo. Mas, por coincidência, Uruguai e Brasil se enfrentaram na última rodada, e só os dois tinham condições de lutar pelo título. O Brasil jogava pelo empate.Nos dias que antecederam o jogo, já se festejava a conquista. Os próprios jogadores se deixaram levar pelo clima de "já ganhou" de dirigentes e torcedores. Um jornal carioca chegou a publicar, na véspera do jogo, a manchete "Estes são os campeões do Mundo', com a foto do escrete brasileiro.Melhor para o Uruguai. O capitão Obdulio Varela comprou vários exemplares deste jornal e forrou o vestiário do time. Incentivou os jogadores a não aceitarem serem meros coadjuvantes.Mais de 170 mil pessoas presenciaram o jogo no Maracanã (fontes não oficiais afirmam ter sido mais de 200 mil). Em campo, o Brasil saiu na frente, gol do são-paulino Friaça no comecinho do segundo tempo. Calmamente, Varela pegou a bola no fundo das redes e caminhou lentamente até o meio campo, incentivando os companheiros, enquanto a arquibancada comemorava.Aos 21 minutos, Schiafino empatou. O resultado ainda dava o título ao Brasil, mas o Maracanã se calou. Faltando dez minutos para o jogo acabar, Gighia recebeu uma bola nas costas de Bigode e, da entrada da área, ameaçou cruzar. Mas chutou direto, entre a trave e o goleiro Barbosa, que teria falhado e por isso foi eternamente crucificado.Ao fim do jogo, os jogadores brasileiros se dirigiram chorando aos vesiários. Os torcedores continuaram sentados, sem saber o que fazer. Jules Rimet entregou a taça que leva seu nome ao capitão Varela, deu um aperto de mão e um "Parabéns"sem graça e saiu. Os uruguaios nem deram a volta olímpica. Se abraçaram e saíram. Não havia menor clima para festa. O Maracanã parecia um velório gigante. Em 2014, mais uma vez a Copa será no Brasil, mas dessa vez, vai ser diferente. Pelos menos é o que todos nós brasileiros achamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

1º DIA DE AULA DO IAN, NO INFANTIL 5 (C7S)